segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Samba de bamba ♪


O homem negro, alto, de braços roliços e voz grossa sentou no bar e pediu uma cerveja estupidamente gelada. Ele era conhecido como Chicote, apelido dado na roda de capoeira do Alto da Sé de Olinda nos anos 70. Dizem que ele dançava na roda com tanta rapidez que lembrava um chicote açoitando a negrada. A cerveja chega e ele sem demora põe um pouco no copo americano, dá um longo gole e lambe os beiços grossos. Seu rosto é marcado pelo tempo, suas roupas muito usadas traziam a elegância dentro da simplicidade. Chicote, tira o pandeiro da sacola e começa a cantarolar um antigo samba. Ali sozinho, nem olhou para o lado. Cantava e bebia sua cerveja, e fechava os olhos nos tons mais altos da música, como se fosse um lamento. Aquele homem garboso de pele escura que cantava Cartola, só podia ser biruta aos olhos dos outros. Para mim ele era a prova que basta apenas uma cerveja gelada e um belo samba para nos fazer companhia.

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