segunda-feira, 19 de março de 2012

Parte de um poema triste

Se esta é a "parte que me cabe neste latifúndio", que não seja a "cova" onde eu enterre meus princípios e nem a "conta menor que tiraste em vida", passando por cima de mim. Um trago de tristeza, antes velada, hoje morta e exposta aos urubus.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Despejo de amor

Agradeço a vida por me presentear com a presença dele. Pelo amor concedido. Pelo bem desmedido. Pelo olhar de amor. Por esquecer de si para inventar meus desejos. Por ser imprudente, quando me mima. Por se prender querendo me prender. Por ser o companheiro que fica depois da ressaca. Por me transbordar em palavras bonitas e tantas outras vezes, impuras. Por me seduzir, cutucar, rir de mim e encher meu saco. Por ser organizado e desavergonhado. Por sua incompetência natural em me dizer não. Por me cobrar amor dobrado. Por ser por fora duro e por dentro uma geléia. Por esquecer os copos por onde passa, mas lavar os pratos como ninguém. Por fazer tudo para me agradar e tantas outras coisas para desagradar. Por não ter paciência quando estou me arrumando. Por nunca me ferir, mesmo nas piores brigas. Por me dizer "eu te amo"e fazer ataque de beijos antes de dormir. Por errar e insistir no erro, mas depois pedir desculpas com humildade. Por sempre me dizer a verdade, sempre. Por ser meu amigo e confidente. Por dizer que me ama 33 % a mais do que eu o amo, mesmo sabendo que é uma mentira deslavada. Por escutar meus conselhos. Por ser tudo que eu sempre quis num homem. Por ser o meu marido, meu amor. Agradeço a vida por me presentear com a presença dele.

Trabalhando em mim

Por fora, já desisti faz tempo. Por dentro, descobrindo a melhor forma de recomeçar e reaprender a ser tudo que me esforcei tanto para me tornar. Faz-se necessário investigar novas verdades, adequar novos valores e conceitos. Cabe reconstruir quantas vezes for necessária a mesma história numa só existência. É por isso que me esquivo e deslizo do caminho que vinha seguindo e apesar dos percalços dessa decisão, eu me "atiro a rosa do sonho nas tuas mãos distraídas", vida.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Maternidade

Preciso urgentemente realizar um sonho. Mas, quando urgente mesmo é esperar a hora certa? Olhos baixos, novamente boto o velho sonho na mochila e me pergunto quanto tempo vai levar para realizá-lo. Não quero fazer de mim um sonho para realizar, mas a vida tem um grande senso de humor e brinca com as escolhas. Sensatez de esperar a hora certa, mesmo quando nem se sabe ao menos qual é essa hora.  Tudo bem, vou tentar não fazer desse sonho simples um estandarte onde acenem esperanças de melhores tempos. Projetos primeiro, sonhos depois, é assim que deve ser. Ou pelo menos, é assim que tem que ser. Por enquanto, sem uma grande barriga e roupas míudas, viu mocinha?