quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Indigesto

Engolir sapos literalmente não é meu prato preferido. Mesmo educada e muitas vezes contida, digo o que penso, melhor assim. As vezes por falta de opção no cardápio, tenho que engolir sapos e de sobremesa as palavras, afinal, nem sempre dá para fazer ou engolir tudo que se quer, na vida ou no brejo é assim. Mas, pior do que engolir sapos deve ser mascar barata, e mesmo assim na China o povo come...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Escrever, prazer em oito letras

Escrever sobre amor. Desamor. Política. Bomba atômica. Sexo das formigas. Sobre mim mesma. Escrever sobre Musica. Sol e mar. Cerveja gelada. Letras garrafais. Mentiras sinceras. Escrever de trás para frente. Deitada. Em pe. Na fila do banco. Sonhar. Falar. Comer escrevendo. Escrever errado. Escrever certo em linhas tortas. Escrever banalidades. Paginas. Bilhetes. Cartas de amor.  Poemas que não rimam. Ou escrever em 140 caracteres. Montar palavras. Escrever discursos. Riscar o que escreveu. Escrever pouco e dizer muito. Palavra falada que vem da escrita. Palavra embriagada. Palavra escrita e vivida. Palavra escrita que cala a boca. Palavras que comem pontos, chupam vírgulas e cospem a escrita.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Color block

Percebi a duras penas que a vida não combina com paixões, dramas, apegos, obsessões, vaidade ou medos. Prefiro combinar Bossa Nova com Baião, encontros inesperados, cores fora de moda e o treino de sorrisos sincronizados.

[A vida combina com o inusitado. E nada é mais inusitado que a felicidade]

domingo, 4 de dezembro de 2011

Devolva-me

Quando me casei começei emprestando o corpo. Depois os chinelos, os livros e o shampoo. Até que me emprestei por inteiro e não me devolveram.

Loquaz

Eu falo demais, mas guardo repulsas em segredo. Guardo a sete chaves com cadeados. Gasto todas as minhas mentiras fingindo para não magoar. Repulsas são tão arrogantes que não aceitam que saibam sequer que elas existem. Nessa horas me fecho, me calo.

Roubo a mão armada

A expectativa, no meu olhar, por si só é uma utopia. Ela é uma loba em pele de cordeiro e tenta de todas as maneiras me roubar o direito ao desatino, a ansiedade. Seria mais fácil abandonar essa louca da expectativa e convidar o inesperado, mas nem sempre ele, bossal por natureza, aceita o convite. Polícia, protega-me dos meus próprios sentimentos!

Tempo, mano velho

Cansei de datar as lembranças e guardar as risadas histéricas de amigas reunidas, quero tempo. A vida passa, muda e aquele velho "a gente se encontra" nunca acontece e o que se adia não será cumprido depois por falta de tempo. É preciso transformar o meu desejo no próprio tempo, como um relógio em que os ponteiros se cruzam em algum momento. Sim, temos o direito de fazer promessas que nunca serão cumpridas. Tempo que nem sempre conseguimos ter mesmo quando se elege prioridades. É, mas não há graça nenhuma em falar somente aquilo que se pode fazer. É, não tenho tempo mesmo de encontrar ninguém. Tempo de contradição. Qual o antídoto para a falta de tempo em que 24h não dão pra nada, nem para pensar em tentar ter tempo?