terça-feira, 9 de março de 2010

“Santa Clara, clareou E aqui quando chegar vai clarear Os meus caminhos...Salve Santa Clara!”

segunda-feira, 8 de março de 2010

O jornal e o poetinha


“Um jornal é um pouco como um organismo humano. Se o editorial é o cérebro; os tópicos e as notícias, as artérias e veias; as reportagens, os pulmões; o artigo de fundo, o fígado; e as seções, o aparelho digestivo – a crônica é o seu coração. A crônica é matéria tácita de leitura, que desafoga o leitor da tensão do jornal e lhe estimula um pouco a função do sonho e uma certa disponibilidade dentro de um cotidiano quase sempre “muito tido, muito visto, muito conhecido”, como diria o poeta Rimbaud”.


(Vinícius de Moraes)

sexta-feira, 5 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Erros e acertos

O dia mal tinha amanhecido e o sol morno entrava pelas frestas da janela. Ele acordou, olhou para os lados e percebeu que estava sozinho. O quarto branco com móveis modernos e lençois de 400 fios cheirava a lavanda. Os pensamentos saltavam da cabeça de Benjamim. Tudo que construiu nessa vida foi muito suado, batalhado e esmagado de tanto trabalho. Orgulhava-se de toda a sua trajetória. Saiu de sua casa e foi para o mundo cedo, queria ter mais do que a vida oferecia. Ele queria além do dinheiro, conhecer pessoas, viver aventuras e abraçar o mundo. Queria ter tudo que sonhava, e mais que isso, queria ser tudo que sonhava. Ele conseguiu quase tudo. Hoje com pouco mais de 35 anos sabe bem o que significa as palavras erro e acerto. Decepcionou-se com amigos, foi roubado, traído, mas aprendeu a dar a volta por cima e perdoar. Alguns anos atrás ele conheceu Laura e se apaixonou. Ela era uma moça rica e de boas maneiras. Ele era machista e achava que mulher boa mesmo tinha que entrar muda e sair calada. Ela era meiga, sabia demostrar os sentimentos mais bonitos, e também sabia esconder e engolir seco os momentos de raiva. Laura era um anjo e a mulher ideal para casar. Morna. Sem graça e sem garra. Era bonita mas sem sal e sem açúcar. Ela era diferente dele. O oposto. No início, ele acreditava que ela seria uma excelente dona de casa e mãe para os seus filhos. Até que depois de alguns anos ele viu que não queria uma mãe tão frágil para seus filhos, queria ensinar valores como garra e coragem. Ele sentia falta de uma mulher de verdade, queria mais fogo na cama. Desejava uma mulher que se entusiasmasse com seu sucesso profissional e que lutasse ao seu lado. Laura não era intensa como ele e não tinha culpa de ser assim. Não dava mais para juntar algo que nunca esteve junto. Ela não era a tampa da sua panela. Benjamim estava sozinho no seu quarto naquela manhã envolto em seus projetos para o futuro. Feliz por ter feito a escolha certa. Ouviu dizer que Laura andava sofrendo, mas sabia que isso um dia ia passar e ela também seria feliz quando percebesse que foi melhor assim. Ele hoje quer uma mulher firme, com experiências, personalidade e que saiba o que quer. Bibelôs são só para enfeites, ele agora quer uma mulher de carne e osso e pés no chão. E deseja imensamente encontrá-la por aí, na rua, no trabalho, nos bares, onde for. Ele percebeu que já eram 7h e estava atrasado, num sobressalto levantou e foi correndo tomar banho, vestiu um jeans e uma camisa pólo listrada, pegou uma caixinha de suco na geladeira e saiu para mais um dia de trabalho duro na cidade do Recife.