sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Diploma para jornalistas SIM


Não sou jornalista, e sim Relações Públicas, e as diferenças entre as habilitações na área de comunicação possuem uma região de sombra ainda muito discutida no universo acadêmico, pois são atividades diferentes, mas não excludentes, e são infinitamente simbióticas. As duas atividades existem autonomamente, mas diante da globalização e das novas perspectivas de uma boa política de comunicação, tende-se a entender com mais clareza a necessidade de uma comunicação integrada, para que esta seja exercida com mais excelência e eficiência.

A área de jornalismo possui uma habilidade com o fazer da informação, desde a produção até a circulação, que lhe é muito peculiar. Já as Relações Públicas trabalham diretamente com essa mesma informação, somando outras perspectivas. Em geral, não somos habilitados para escrever artigos jornalísticos, para fazer locução, edição, ou produções de pauta, por exemplo, e aqui é preciso dizer que isto diz respeito à regulamentação e não a competência que é outra polêmica. Bem, as relações públicas podem atuar nesses mesmos ambientes de que falamos, coordenando relacionamento com a imprensa, analisando a imagem institucional diante da mídia, fazendo levantamento de dados qualitativos sobre a aparição da empresa nos meios de comunicação, elaborando planos de mídia, escrevendo releases, e mesmo orientando ações de comunicação interna na organização, entre outras possibilidades. Enfim, áreas parceiras e complementares.

Essas informações iniciais, foram para destacar a minha opinião de que é preciso SIM, ter diploma de Jornalismo para poder exercer a profissão e o meu principal argumento, entre os tantos que se pode levantar para a exigência do diploma de curso de graduação de nível superior para o exercício profissional do jornalismo, é o de que a sociedade precisa, tem direito à informação de qualidade, ética, democrática. Informação esta que depende, também, de uma prática profissional igualmente qualificada e baseada em preceitos éticos e democráticos. Por isso, de todos os argumentos contrários a esta exigência, o que culpa a regulamentação profissional e o diploma em jornalismo pela falta de liberdade de expressão na mídia talvez seja o mais ingênuo, o mais equivocado e, dependendo de quem o levante, talvez seja o mais distorcido, neste caso propositalmente. A academia valida socialmente um modo de ser profissional, que tenta afastar a picaretagem e o amadorismo e vincular a atividade ao interesse público e plural, fazendo do jornalista uma pessoa que dedica sua vida a tal tarefa, e não como um bico de free lancer.

Segundo Beth Costa, Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, "Qualquer pessoa que conheça a profissão sabe que qualquer cidadão pode se expressar por qualquer mídia, a qualquer momento, desde que ouvido. Quem impede as fontes de se manifestar não é nem a exigência do diploma nem a regulamentação, porque é da essência do jornalismo ouvir infinitos setores sociais, de qualquer campo de conhecimento, pensamento e ação, mediante critérios como relevância social, interesse público e outros. Os limites são impostos, na maior parte das vezes, por quem restringe a expressão das fontes –seja pelo volume de informações disponível, seja por horário, tamanho, edição (afinal, não cabe tudo), ou por interesses ideológicos, mercadológicos e similares. O problema está, no caso, mais na própria lógica temporal do jornalismo e nos projetos político-editoriais. Nunca é demais repetir, também, que qualquer pessoa pode expor seu conhecimento sobre a área em que é especializada. Por isso, existem tantos artigos, na mídia, assinados por médicos, advogados, engenheiros, sociólogos, historiadores. E há tanto debate sobre os problemas de tais áreas. Além disso, nos longínquos recantos do país existe a figura do provisionado, até que surjam escolas próximas. Deve-se destacar, no entanto, que o número de escolas cobre, hoje, quase todo o território nacional. Diante disso, é de se perguntar como e por que confundir o cerceamento à liberdade de expressão e a censura com o direito de os jornalistas terem uma regulamentação profissional que exija o mínimo de qualificação? Por que favorecer o poder desmedido dos proprietários das empresas de comunicação, os maiores beneficiários da não-exigência do diploma, os quais, a partir dela, transformam-se em donos absolutos e algozes das consciências dos jornalistas e, por conseqüência, das consciências de todos os cidadãos?"

A academia trás ao estudante matérias que incluem responsabilidade social, escolhas morais profissionais e domínio da linguagem especializada, da simples notícia à grande reportagem, entre outras. A informação jornalística é um elemento estratégico das sociedades modernas. E o Brasil não está a passos lagos para modernidade? Ou para passos para trás como carangueijo? A formação de jornalista deve se expressar seja num programa de TV de grande audiência ou numa TV comunitária, num jornal diário de grande circulação ou num pequeno de bairro, num site na Internet ou num programa de rádio, na imagem ou no planejamento gráfico. É por isso que, num Curso de Jornalismo, é possível tratar de aspectos essenciais às sociedades contemporâneas e com a complexidade tecnológica que os envolve, incluindo procedimentos éticos específicos adequados. Um método lícito para obter informação à manipulação da imagem, do sigilo da fonte ao conflito entre privacidade e interesse público, por exemplo, isso tudo faz parte do jornalismo.

Além de tudo, há uma discussão bastante reducionista, uma espécie de a favor ou contra. Ora, diploma é uma palavra. Trata-se, no entanto, de palavra que exprime outras duas: formação profissional, atestada por um documento que deve valer seu nome. Há um lugar, chamado escola, que sistematiza conhecimentos e os vincula a outras áreas a partir da sua. A regulamentação e a formação são o resultado disso, que se manifesta em exigências como a do registro prévio para o exercício da profissão. Por isso, a regulamentação brasileira para o exercício do jornalismo é um avanço, não um retrocesso. Temos sim é que caminhar para frente.

O Relações Públicas atua na mesma linha, e com os mesmos conflitos. Mas, todos nós temos as mesmas habilidades? Claro que não. Cada um escolhe sua profissão por um perfil. Entender o processo comunicacional não é receita de bolo, é preciso técnica e um olhar amplo. Saber escrever bem, é só ler bastante e gostar de colacar as palavras no papel, isso independe da profissão. Usar as palavras de forma adequada, aí são outros quinhentos...Sem conhecimento, sem saber como funciona os processos comunicacionais, não se pode banalizar uma profissão importante e ativa em nosso país como é o j0rnalismo. É preciso perceber que a comunicação não acontece de forma aleatória, um exemplo claro, é só dizer que quando ela é bem articulada, derruba até Presidentes da República.

Só sei que escrevo...

“Quando comecei a escrever, que desejava eu atingir? Queria escrever alguma coisa que fosse tranqüila e sem modas, alguma coisa como a lembrança de um alto monumento que parece mais alto porque é lembrança. Mas queria, de passagem, ter realmente tocado no monumento. Sinceramente não sei o que simbolizava para mim a palavra monumento. E terminei escrevendo coisas inteiramente diferentes.”
Por Clarice Lispector

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Eu tento, tento...e consigo


Tentando conter a ansiedade e não criar expectativas sobre mim, nada e nem ninguém. Mas, sobra planos.
Tentando viver um dia após o outro. Mas, sobra vontande de estar perto hoje.
Tentando fingir que eu não acredito, no que eu já acredito. Mas, sobra certeza.
Tentando não ter medo de me decepcionar. Mas, sobra coragem.
Tentando não ouvir as opiniões negativas e também não me entusiasmar demais com as opiniões extremamente positivas. Mas, sobra a minha própria opinião.
Tentando não dar asas demais a minha imaginação que viaja até o outro lado do mundo. Mas, sobra viagens durante os sonhos.
Tentando achar fácil o que parece tão difícil. Mas, sobra confiança.
Tentando entender que as coisas não dependem só de mim. Mas, sobra tantas meias verdades que ainda não foram ditas.
Tentando não deixar de acreditar que as horinhas foram diferentes de tudo que já vivi. Mas, sobra incerteza se o que me foi dado, é mesmo meu ou será.
Tentando acreditar que isso tudo é fruto da minha fantasia. E quem disse que não é? Sobra cenas de novela das 8.
Eu tento, tento...mas sempre me contradigo. Sobra a certeza que se for para o meu bem, eu consigo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Uma dose de medo


O sentimento lindo chegou e sem pedir licença sentou na mesa do bar, e pediu uma dose dupla de medo, pura e sem gelo. Tomou o medo num gole só e sentiu a garganta queimar até o coração. Era um medo de primeira qualidade, encorpado e intenso. Mas, o sentimento lindo apesar de ser jovem e de ter poucas experiências, não temia se embebedar com o medo. Tomar um porre de medo não era para qualquer um, tinha que ser forte e resistente como o sentimento lindo. Mas o medo era uma bebida como qualquer uma, te deixa tonto mas no dia seguinte só fica a ressaca. E o sentimento lindo sabia disso, depois de acordar de uma farra etílica tomava um analgésico para o esquecer a ressaca que o medo dava. Um analgésico de confiança, além de um café forte com gotas de nada acontece por acaso, era tiro e queda! Até o dia que tomará a próxima dose.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sou "verborrágica", uma pessoa que não tem uma válvula que filtra o pensamento e ele acaba por escapolir pela boca.

No passado ou no presente


Dizem que tudo na vida tem dois lados. Um bom e outro ruim. Depende nos olhos de quem está a pimenta. Mas se tem algo realmente dúbio para uma única alma é um troço chamado saudade. Com ou sem pimenta nos olhos. O dito popular é quem melhor traduz a dualidade de uma saudade quando diz que esta é a maior prova de que o algo valeu a pena. Em todos os pontos de vista, sentir a falta é bom e ruim. É a felicidade retardada. É sentir falta de detalhes, do cheiro, da voz, do toque...

Ter saudade dele é imaginar onde deve estar e o que faz nesse instante. Se está bem agasalhado. E quando a saudade não cabe mais no peito, se materializa e transborda em palavras. E, isso é o que venho fazendo, usando as letras para expressar o que estou sentindo. A gente é saudade, eu sou. É a espera para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes...mas aguardá-lo na memória. Um súbito sentimento que deixou a falta. E a espera que em breve essa tal saudade seja assassinada, sem dó e nem piedade, a queima roupa. E pedir a vida que abrevie o tempo...

A saudade é olhar pra trás sem voltar, mas ficar feliz com o que viveu. É mudar radicalmente a rotina porque se passou a pensar nele. A saudade que eu sinto é a inconfortável expectativa de um reencontro, que talvez não aconteça... porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto sentimos alguém, no passado ou no presente.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

domingo, 17 de janeiro de 2010

Caindo de paraquedas na minha vida...


Não consigo compreender porque em determinados momentos da vida quando está tudo em seu devido lugar ou pelo menos deveria estar, algo acontece e te surpreende. Boom! Sai tudo da rotina e balança as estruturas. Pelo menos na minha vida é assim, quando o momento é de marasmo algo devastador chega e muda tudo ao meu redor, ou até leva embora. Tudo bem, posso explicar, mas claro que sem detalhes porque esse blog não tem a intenção de expor minha vida pessoal a Deus e ao mundo. rs! Mas, posso ao menos dizer que alguém caiu de paraquedas no meio da meus dias e apesar do pouco tempo, me fez muito feliz.
Poucos dias, os últimos dias antes de voltar ao frio, e eu não sei nada ou pelo menos quase nada sobre essa pessoa. Só sei da gentileza, da boa companhia, da timidez disfarçada e do carinho gratuito por alguém que também caiu na sua vida, talvez não de paraquedas como ele, mas desci de um alto pé de manga que nessa época do ano anda carregada de frutas doces que talvez deixe-o com saudade do Nordeste, da sua terra, com saudade de mim. Só sei que sentirei sua falta e guardarei boas recordações. Só sei que ele também me leva no coração. Só sei que sinto que nossa história não acaba aqui. Só sei que a vida é assim, cheia de boas surpresas e que nada acontece por acaso. É como dizia Vinícius de Moraes : "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida".

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Escrever, Humildade, Técnica

Por Clarice Lispector

Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Esse modo, esse "estilo" (!), já foi chamado de várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. Nunca tive um só problema de expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. Quando falo em "humildade" refiro-me à humildade no sentido cristão (como ideal a poder ser alcançado ou não); refiro-me à humildade que vem da plena consciência de se ser realmente incapaz. E refiro-me à humildade como técnica. Virgem Maria, até eu mesma me assustei com minha falta de pudor; mas é que não é. Humildade com técnica é o seguinte: só se aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente. Descobri este tipo de humildade, o que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho. Orgulho não é pecado, pelo menos não grave: orgulho é coisa infantil em que se cai como se cai em gulodice. Só que orgulho tem a enorme desvantagem de ser um erro grave, com todo o atraso que erro dá à vida, faz perder muito tempo.

Zzzzzzz....


Os sonhos. Ando tendo sonhos muito reais nos últimos tempos e está sendo comum acordar subtamente na madrugada assustada ou mesmo impressionada com tamanha clareza de imagens e acontecimentos. Logo vem o questionamento se os tais momentos de inconsciência são imagens refletidas do meu subconsciente, desejos e pensamentos guardados que são "ensenados" durante o sono, ou se são revelações da espiritualidade, avisos para que eu possa me previnir ou minimizar a ansiedade diante do um desejo. Dizem os espiritualistas que quando dormimos nosso espírito sai do corpo e vai para outro plano espiritual, lá vivenciamos momentos tais como na vida e por isso trazemos lembranças desses momentos. Mas, o que dizer dos sonhos loucos e sem sentido? Os espíritas explicam que isso acontece para "maquiar" momentos em que não devemos mesmo lembrar do sonho, porque é algo que não devemos trazer para a nossa vida. No fundo, não sei se acredito, são coisas muito abstratas, mas revelações em sonhos é até bíblico, existe uma história de José (pai de Jesus) que sonhou em 7 vacas magras e revelou que o Egito iria passar por 7 anos de grande crise e fome, e foi o que realmente aconteceu, acho que a história é assim porque faz tempo que ouvi, mas o que interessa mesmo para esse texto é que foi através de um sonho que algo se revelou. Novamente os sonhos...os mesmos que me deixam intrigada. Desde criança tenho sonhos que depois de uma forma ou de outra acontecem, nada grave mas que de alguma maneira apazigou meu coração no momento em que aconteceu, mas o desconhecimento sobre o assunto até hoje me assusta. Da mesma forma que um sonho feliz me deixa radiante ao acordar, um triste me atormenta e me faz ter medo deles. Medo de sonhar com o sofrimento de alguém que amo, um pesadelo terrível. Voltando aos sonhos bons e sem sentido, andei sonhando repetidas vezes com alguém que não conheço, que eu reconhecia pelo sorriso e que dizia ter a minha idade, e em cada sonho essa pessoa é retratada com um rosto, ora de pele morena, ora branco de cabelos grisalhos, mas sempre com o mesmo sorriso, como explicar tal sonho? Uma revelação de alguém que será importante para mim, ou só mais um parafuso se soltando da minha cabeça? rs! E quem sabe? Melhor contar carneirinhos...zzzzz....

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

História para contar

Debruçada em sua cama, pensava no que a fazia sentir um vazio tão intenso. Nada de material a faltava e o utópico desejo de riqueza não a interessava. Era privilegiada por ter oportunidades, por ser inteligente e por ter uma beleza especial. Sabia usar sua simpatia e até mesmo seu nariz empinado a seu benefício. Sagaz, não dava ponto sem nó. Mas ela se sentia só, mesmo rodeada de tantas pessoas queridas. Faltava algo que ela não sabia explicar. Faltava uma história para contar. Perspectivas. Desejava imensamente uma dose extra de sorte, mesmo sabendo o quanto tinha sorte de ter uma boa vida, longe de ser sofrida. Queria aventura ou mesmo um pouco mais de estabilidade, sem marasmo e com mais conteúdo. Que tal um novo amor? Que tal uma família? Filhos? Aventurar morar em outro país ou outro estado? Abrir uma empresa? Viver ao Deus dará? Ou quem sabe abandonar tudo e ir atrás do circo? Ela não sabia a resposta, só sabia que desejava imensamente preencher o vazio que consumia seus pensamentos e transbordava em ansiedade. Ela desejava fazer da sua vida algo que vibrasse o coração. Queria saber o caminho. Ela sentia falta do amor. Mas apesar dos questionamentos que fazia, no seu íntimo sabia que ia encontrar as respostas, porque elas sempre chegam... Ela sentia que tudo ia mudar. Até que na hora certa, tudo mudou.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um sopro de vida

"Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras".

(Clarice Lispector)