domingo, 4 de abril de 2010

Quem sou eu?

Ando existindo. Eu sou. Existo e não deixo barato. Vou fundo em tudo que me disponho a fazer. Eu faço e minha cabeça teima em desfazer. E repito os erros até acertar. Eu ando de ônibus, dou largos passos pelas ruas, deito na minha cama e penso alto. Eu sou alta. No alto dos meus sonhos. E ponho meus sonhos num altar. E rezo por eles. Eu passo pelas mesmas ruas todos os dias, e sempre sou outra. E as ruas continuam as mesmas. E não crio raízes no chão. Enraizada estou nos meus pensamentos. E o meu mundo não acaba em lugar nenhum. Nem dobra a esquina. Eu pressuponho quem sou eu, mas nem eu mesmo sei. Sou aquela da foto 3X4 de cara séria do RG. A simples existência sou eu, e essa é a minha esfera mais profunda. Eu posso fazer um gesto. Então posso dizer: “Quero dizer isso” e nem querer dizer. Me contradizer. Eu posso mostrar o corpo. Posso me cobrir de vergonha. E rir. "Eu sou", é só útil para esclarecer, apenas um símbolo linguístico. Consciência não contaminada, nova, virgem, castra. Eu sou o que quero ser.

Um comentário:

Milla disse...

intensas somos nós. sofremos, de certo. mas nos mostramos por inteiras!